Em 1950, titular absoluto do Corinthians, com 28 anos, Cláudio vivia o seu melhor momento da carreira, e mesmo assim não foi convocado para a Copa do Mundo disputada no Brasil. Com a contusão do e corte do gaúcho Tesourinha, o técnico Flávio Costa preferiu improvisar o vascaíno Alfredo, que era lateral, em vez de dar uma chance ao atacante corinthiano. Talvez se Cláudio estivesse no Maracanã na tarde de dia 16 de Julho de 1950, a história seria diferente.
Para sua decepção pessoal, o "Gerente", injustamente, nunca disputou uma Copa do Mundo. Nas oportunidades em que Cláudio esteve a serviço da Seleção, conquistou o campeonato Sul-Americano em 1949, batendo o Paraguai por 7 a 0 na final
A grande consagração de Cláudio no futebol ocorreu mesmo após a união com Baltazar e Luizinho no ataque do Corinthians. As chegadas rápidas à linha de fundo, cruzamentos perfeitos e cobranças mortais de escanteios consagraram muitas vezes Baltazar, "Cabecinha de Ouro" e Luizinho, "Pequeno Polegar".
Após quase uma década de jejum de títulos no certame regional, o Corinthians voltava a festejar uma conquista estadual, depois de uma campanha irretocável e de um ataque avassalador, formado por Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário que balançaram as redes adversárias em 103 oportunidades, se transformando no primeiro ataque a conseguir esta marca na era profissional, uma média extraordinária de 3,43 gols por partida, quebrando assim o recorde Santista da década de 20. Para completar a festa, a tabela do Campeonato Paulista marcava para a última rodada o confronto entre Corinthians e o Arqui Rival Palmeiras, azar dos Alvi Verdes, em 27/01/52 o Timão faz uma partida perfeita para comemorar a conquista estadual, vence o Palmeiras pelo placar de 3x1, fazendo o terceiro gol antes dos 30 minutos do primeiro tempo, com Luizinho fechando o placar com um gol de letra.A fase de ouro do Corinthians no início dos anos 1950, que culminou com os títulos paulistas de 1951, 52 e 54 e os torneios Rio-São Paulo em 1950, 53 e 54, além da "Pequena Taça do Mundo" conquistada na Venezuela em 1953, renderam ao "Gerente" Cláudio status de ídolo da Fiel e o respeito das demais torcidas adversárias.
Um de seus gols mais famosos aconteceu no Pacaembu, na decisão do Torneio Internacional Charles Miller, contra o Benfica de Portugal, vencida pelo Corinthians por 2 x 1. Cláudio cobrou uma falta em que a bola, antes de entrar, descreveu uma sinuosa curva no ar, definida pelo próprio goleiro Costa Pereira como uma "curvita".
Seu último gol foi marcado contra o XV de Pircacicaba na vitória por 5 a 2 pelo Campeonato Paulista, em dezembro de 1957. Foi aos 9 minutos que o "Gerente" balançou as redes.
Cláudio permaneceu como titular do time corintiano até 1957, quando, depois da derrota para o São Paulo no jogo decisivo do Campeonato Paulista (1 x 3), decidiu se tornar técnico. Antes de se tornar técnico oficiamente, comandou a equipe interinamente em três oportunidades a pedido dos atletas. A moral que Cláudio possuía com os companheiros era tamanha que nessas ocasiões - Em 1948, em conjunto com os demais jogadores, Servílio e Hélio, nem substituição ao técnico Gentil Cardoso, em 1954, sozinho quando o treinador oficial Rato não pôde viajar em uma excursão para Recife - ele assumiu o cargo acumulando duplas funçoes: técnico e jogador. Sua carreira como técnico oficialmente teve início em 1958, quando a diretoria o convidou para comandar a equipe. No comando da equipe foram 75 jogos, 40 vitórias, 19 empates e 16 derrotas.
Cláudio também ganhou um busto que está em frente a entrada social do clube. Ninguém em toda a história do Corinthians marcou mais gols como Cláudio Christovam de Pinho, ao todo foram 305, apesar de no seu busto constar 295.
Ficha técnica:
Nome: Cláudio Christóvam de Pinho
Nascimento: 18 de julho de 1922
Cidade natal: Santos (SP), Brasil
Carreira no Corinthians: 1945 - 1957
Títulos pelo Corinthians: Pequena Taça do Mundo (1953)
Campeonato Paulista (1951, 1952, 1954)
Torneio Rio-São Paulo (1950, 1953, 1954)
Torneio Internacional Charles Muller (1955)
Cabeceio: Fraco.
Chute: Pé direito - Forte, colocado, venenosíssimo.
Pé esquerdo - Regular.
Velocidade: Era um de seus pontos fortes.
Habilidade: Excepcional. Costumava levantar a bola antes de cruzá-la para a área.
Posicionamento: Era uma espécie de técnico em campo, posicionando-se muito bem e orientando os companheiros.
Marcação: Não marcava. Era marcado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário